sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O mundo sob a doutrina Bush a globalização

Humilhado no próprio território, o governo Bush proclamou o objetivo de reordenar o mundo para torná-lo mais seguro – do ponto de vista de Washington, claro. A Doutrina Bush, como ficaria conhecida a nova orientação estratégica, foi anunciada em setembro de 2002, um ano após os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono. De acordo com essa visão, o mundo está entrando numa nova era, cujo fator indeterminado é a esmagadora supremacia militar norte-americana. O orçamento anual de 400 bilhões de dólares, para gastos militares, aprovado em maio de 2003 pelo Senado norte-americano, é o maior entre todos os países do mundo. O país conta com uma superioridade esmagadora em armas nucleares, o domínio absoluto dos céus, a única marinha capaz de cobrir todos os oceanos e uma capacidade única de intervir em qualquer parte do mundo, de modo fulminante.

Com base nesse imenso poder de fogo, a Doutrina Bush não se limita a formar uma resposta ao terrorismo e aos regimes chamados de “fora-da-lei”, como o do Iraque de Saddam Hussein (antes da invasão) ou da ditadura comunista da Coréia do Norte. Seu objetivo é perpetuar uma posição dominante que só encontra paralelo nos grandes impérios do passado, como o persa e o romano. Os EUA se propõem, abertamente, a impedir o surgimento de qualquer outra potência capaz de desafiar sua liderança. O sistema internacional de tratados, normas e organizações multilaterais perde importância, subordinado aos interesses norte-americanos – por meio da força se necessário. A palavra de ordem é agir preventivamente contra qualquer inimigo em potencial, mesmo na inexistência de agressão prévia.

Também faz parte da Doutrina Bush uma nova postura em relação às armas nucleares. Desde o inicio da Guerra Fria, a bomba atômica era encarada como um recurso externo para defender o país ou algum aliado contra outra potencia nuclear. Agora o governo norte-americano se diz no direito de usá-la em qualquer conflito, mesmo contra nações proibidas de possuir esse tipo de arma por força do Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual o Brasil é um dos signatários (país membro).

Um comentário:

Fátima Wronka disse...

Parabéns pelo progresso.